terça-feira, 11 de junho de 2013

A Educação Precisa de Respostas: Campanha Institucional RBS "Os Monstrinhos"

Faz algum tempo, o grupo RBS e os estúdios Maurício de Souza se associaram para criar uma campanha institucional sobre a educação.
Essa campanha centrava-se sobre monstros e seus filhos.



A música tema cantada pelos personagens ressaltava que os monstros adultos até eram maus; entretanto, eles não negligenciavam a educação dos seus filhos.

Por causa do traço característico dos estúdios Maurício de Souza, os monstros e seus filhos tinham um forte apelo para as crianças.

Nesse ano, a campanha institucional do grupo RBS retornou ao tema de educação. E, depois de seis meses, resolveram trazer os monstros de volta.

Acredito que todos aqui saibam, eu escuto o Gaúcha Hoje, programa que passa na Rágio Gaúcha enquanto vou para o trabalho. No programa de hoje, o locutor (Macedo) passou o tema completo. Como de costume, os ouvintes entraram em contato por torpedo, facebook, twitter e e-mail. A maioria indicando que gostou da iniciativa de trazer os monstrinhos novamente, parabenizando, etc...

Entretanto um professora enviou uma mensagem indicando que não gostou do tema abordado. O contexto e, principalmente, a mensagem dela me obrigaram a vir aqui, escrever esse texto.

Em sua mensagem, a professora dizia: "É por isso que a educação no Brasil vai mal: em vez de buscarem ajuda em Deus, pedem socorro para o Diabo."

<suspiros> <mais suspiros> <suspiros longos> <continuo suspirando para não escrever impropérios para esta discente>

<<<Escolha o palavrão que quiseres e imagine-o escrito AQUI>>>

<fim dos suspiros>

Cara professora, antes de mais nada, vou lhe ensinar a interpretar. É algo bem útil. Garanto.
Nessa campanha, os monstros insistem que passar educação para os seus filhos é algo de extrema importância. E que, se alguém não cuida da educação de seus filhos, esse alguém só pode ser o próximo monstro. Mas o próximo monstro garante que cuida bem da educação do seu monstrinho. E passa a bola para o próximo monstro, dizendo que só o outro monstro para não cuidar da educação do seu filho... 
E a corrente se estende até todos os monstros terem garantido que cuidam bem da educação dos seus filhos.

E a música termina dizendo para que ninguém seja um monstro, que é para todos cuidarem bem da educação dos seus filhos.


Um puxão de orelha severo na população. Sim, só um "puxão de orelha", porque não temos controle de como cada família cuida da educação de seus filhos.
Entretanto, todos nós sabemos como os políticos (não) cuidam da educação. Os (péssimos) resultados estão aí, evidentes. (Resultados que seriam catastróficos, não fosse o amor que muitos professores têm pela sua profissão.) Então, em um sentido mais amplo, essa campanha chama - diretamente - os políticos de MONSTROS, por não cuidarem da educação das crianças.

Viu como a interpretação é legal, cara professora que escreveu a mensagem?

E eu quero ir um pouco mais além de interpretar a campanha para você. Quero te mostrar como você própria é um dos casos de "monstros", que não cuidam bem da educação das nossas crianças.

Porque, sinceramente, se EU, um profissional de TI, tenho que abrir o meu blog e explicar para VOCÊ, professora, o que uma campanha tão óbvia quanto esta quer dizer, eu imagino o que VOCÊ passa para os SEUS ALUNOS em sala de aula.

Mas não é só a sua pouca capacidade de interpretação que me dá calafrios. O pior é notar a sua veia religiosa, em seu comentário. Tal qual uma fanática, atacou diretamente a "figura do diabo". Pior, deu a entender que a campanha tem "pacto com o demônio", porque, afinal de contas, "pediram ajuda" para o chifrudo, não é?
Eu deveria nem precisar dizer que uma professora deve lidar com o esclarecimento das ciências para a próxima geração. É evidente que o sucesso na tarefa de educação não impede que a pessoa cultue algum ser super-poderoso imaginário. O que cada um faz em seus momentos de privacidade é problema único e exclusivo seu. Mas, nesse caso, a professora tem que saber manter o Super Homem em que acredita (e suas baboseiras) bem longe da sua vida pública, da sala de aula e dos métodos de ensino.

Se eu tivesse um filho estudando com essa professora, certamente teria tirado o dia de hoje de folga, para transferir meu filho para outra professora. Ou colégio.

Enquanto isso, eu continuo concordando com o tema da campanha. A educação precisa de respostas (no sentido de "soluções para os problemas"). E quem não cuida da educação é pior do que qualquer monstro.

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